quarta-feira, 28 de maio de 2008

RIO CAPIBARIBE: MAIS QUE UM SIMPLES ESPELHO D’ÁGUA


MAIS QUE UM SIMPLES ESPELHO D’ÁGUA (*)

Thelma Regina Siqueira Linhares (**)


Mais que um simples espelho d’água a refletir belezas urbanas, o rio Capibaribe, poderia ser a imagem do respeito ao meio-ambiente, o símbolo do desenvolvimento sustentável de um povo que há muito se auto-proclamou “leão do norte”. Verdade que, em sua nascente no Agreste, é frágil e cristalino e, à medida que corre em direção às águas tépidas do Oceano Atlântico, banhando dezenas de cidades e paisagens pernambucanas, tem seu leito acrescido por mais de meia centena de afluentes. E vai ficando forte, imponente e... poluído. Especialmente nesse último século, sentiu a degradação em suas próprias águas a repercutir, ainda, neste milênio. O desenvolvimento urbano, o aumento populacional, o progresso e a falta de políticas públicas que visem à melhoria da qualidade de vida e o respeito ao meio-ambiente, entre outros fatores, são refletidos em suas águas. Adoecendo-as. Poluindo-as. Mais que um simples espelho d’água a refletir belezas urbanas, o rio Capibaribe, merecia ser mais que cartão postal a percorrer o planeta, em cujas imagens não captam suas águas fétidas, seu frágil ecossistema minado por esgotos, seu manguezal aqui e ali buscando sobreviver... Assim, fotografado, filmado, postado, incorporado às lembranças e eventos turísticos, o mais recifense dos rios pernambucanos, segue o seu destino. Único e múltiplo em si mesmo. Mais que um simples espelho d’água a refletir belezas urbanas, o rio Capibaribe, deveria ser a inspiração maior de poetas pernambucanos que buscaram e buscam na natureza a melhor palavra. Favorecer alumbramentos, sempre! E não mais ser a trilha de Severinos e Severinas. Mais que um simples espelho d’água a refletir belezas urbanas, o rio Capibaribe, deveria participar, efetivamente, da vida de um povo, com seus acertos e desacertos históricos. Testemunhando. Interagindo. Influindo. Presente na construção cultural dos que aqui habitam e dividem o espaço geográfico com o rio das capivaras. Antes que seja, definitivamente, descapibaribado.
(*) Texto classificado em 2º lugar no 1º Concurso de Contos e Crônicas Luis Jardim (2003), promovido pela Biblioteca Popular de Casa Amarela e Prefeitura da Cidade do Recife.
(**) Professora, pesquisadora do folclore brasileiro e escritora.


http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=galeria_de_arte.detalhe_visual&id_galeria=35&id_arte=179&id_comunidade=0

sábado, 24 de maio de 2008

RETORNO



>RETORNO

Thelma Regina Siqueira Linhares

O crepúsculo se anuncia
e no fim de mais um dia de labuta
seres alados,
cansados,
também, voltam pra casa.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

ABC DO MEU AMAR

ABC DO MEU AMAR (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares (**)

A de amor e amizade
B de beijo, benquerença
C de carinhos e carícias
D de doçura, descendência
E de Edvaldo
F de filhos, felicidade
G de gostar para sempre. Geração
H de humanidade
I da irmã que já não vejo
J de juventude - auge do amor?
L de lar, doce lar - onde se vive o amor
M de maternal, mamãe, madrinha
N de natureza, quanta expressão de amor!
O para olhares diversos que visam um mesmo objetivo
P de parceiro e, também, papai.
Q de querer bem
R de Rodrigo e Raimundo
S de Sthella
T de todo dia reinventando o trivial
U de unir os elos da corrente familiar
V de vigilante em busca de vitórias diárias
X de descobrir o x de problemas e
Z de zás, rapidamente, resolvê-los.

K, Y e W não podem ser esquecidos...

nem meus animais de estimação
brinquedos, brincadeiras e livros
emoções, sentimentos ou pessoas
alegrias, medos e até tristezas
que personalizam o abc do meu amar.

(*) Os mais belos Poemas de Amor – CBJE – RJ - Maio de 2008
(**) Professora e Pesquisadora de Folclore.